História Triste De Uma Praieira
Era o meu lindo jangadeiro
De olhos da cor verde do mar
Também como ele traiçoeiro
Mentiu-me tanto o seu olhar
Ele passava o dia inteiro
Longe nas águas a pescar
E eu intranqüila, o seu veleiro
Lá no horizonte a procurar
Mas quando a tarde escurecia
Um sino ouvia a repicar
A badalar a Ave Maria
Vi uma vela sobre o mar
Era o meu lindo jangadeiro
Em seu veleiro a regressar
E à praia o seu olhar primeiro
Buscava ansioso o seu olhar
Quando ditosa eu me sentia
Passava os dias a cantar
A ver se em breve escurecia
A hora feliz do seu voltar
Mas há na vida sempre um dia
Dia de sonho se acabar
Este me veio em que não via
O seu veleiro regressar
Não mais voltou o seu veleiro
Não mais o vi por sobre o mar
O seu olhar lindo e traiçoeiro
Não buscou mais o meu olhar
Por uma tarde alvissareira
O sino ouvi a repicar
Era o meu lindo jangadeiro
Que ia com outra se casar
Muita gente perguntou o porque dessa música:
Bem, tem algo nela que eu tambem não sei ao certo, mas marcou.
Minha Bisavó, já falecida com idade avançada, mesmo antes do ausaimer, cantarolava uma única música, História Triste de uma Praieira.
É engraçado pra mim imaginar quão antiga é essa letra, esses versos, essa poesia.
E quão lúgubre é o lugar do amor desde... sempre?
Para ela, mocinha roubada de um sítio aos 14 anos, por um homem que até então, foi seu marido a vida toda! Colhiam café, carpim o mato, e mais que qualquer outra mulher, tricotava os pontos mais perfeitos, laçava os minúsculos nós com muita habilidade, até os últimos dos dias sóbrios de seu aprendizado na terra. Italiana.
Essa foi a razão para que essa música me tocasse tão profundamente, sua voz que pouco ouvi cantando... cantarolando essa triste canção.
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