Quando ela sorri é um alívio
No ano, dois dias são só dela, mas em todos se dedica a assombrar a minha insônia, morando bem perto da minha consciência.
Quando nascemos, automaticamente nos incumbem uma promessa, a de ser incondicionalmente filhos, mesmo quando não se tem paiz.
Meu Deus
Quando ela só ri, tenho medo.
Hipocrisia
Quantos textos
Para a massa, embutidos e enlatados
Preciso de uma nutricionista
Ler e escrever não é saudável
Rápidos, por kilo ou pra viagem
Densos e em pó, ligths e diets
Preciso de um novo filtro para coá-los
Quando não é assim, toda manhã, costumam requentá-los.
Para a massa, embutidos e enlatados
Preciso de uma nutricionista
Ler e escrever não é saudável
Rápidos, por kilo ou pra viagem
Densos e em pó, ligths e diets
Preciso de um novo filtro para coá-los
Quando não é assim, toda manhã, costumam requentá-los.
Sarau de Feira
Bancas de palavras com infinitas variedades e variações
Só o poeta escolherá as certas
Outros se preocuparão com as melhores
E qual de nós ficará com a Xepa?
Utilizemo-nos do escambo, e das cascas, o adubo
De qualquer maneira reciclar, renovar e nunca deixar de adubar a terra.
Pratiquemo-nos uns aos outros
Experimente- se à si mesmo e o sabor de todas as frutas
Com sede busque as águas vivas, elas te transformarão
E então colheremos frutos.
Só o poeta escolherá as certas
Outros se preocuparão com as melhores
E qual de nós ficará com a Xepa?
Utilizemo-nos do escambo, e das cascas, o adubo
De qualquer maneira reciclar, renovar e nunca deixar de adubar a terra.
Pratiquemo-nos uns aos outros
Experimente- se à si mesmo e o sabor de todas as frutas
Com sede busque as águas vivas, elas te transformarão
E então colheremos frutos.
Paixão
Inspiro quando percebo que expiras.
Na tua ausência nem ao menos presto atenção em respirar
Desejar juventude
Pedir à Camões que me defina
Querer maturidade
Redescobrir Gregório
Quero tropeçar no meu sonho
Esbarrar em você
Quem és tu?
Na tua ausência nem ao menos presto atenção em respirar
Desejar juventude
Pedir à Camões que me defina
Querer maturidade
Redescobrir Gregório
Quero tropeçar no meu sonho
Esbarrar em você
Quem és tu?
Divisão por cor e plano.
Eles estão ilhados
Os outros estão cercados, mas sobem na ilha para se divertir, cheirar...
Comprar maconha
E eles descem para o seu sustento
Ou conspiram mas perto de Deus, em barracos apertados
Enquanto seus donos dormem.
O circo que todos temem em admitir pertencer.
Os outros estão cercados, mas sobem na ilha para se divertir, cheirar...
Comprar maconha
E eles descem para o seu sustento
Ou conspiram mas perto de Deus, em barracos apertados
Enquanto seus donos dormem.
O circo que todos temem em admitir pertencer.
Aborto para não sofrer.
Pequei e fui parida.
Como um susto caí do paraíso e quase que na mesma hora gritei de dor, o ar seco e que secava a minha pele, minhas vias que hoje são respiratórias me sufocavam e a luz me cegava, irritava as pálpebras pesadas de tão úmidas, que custavam a se abrir.
Depois de anos, já não lembro o que senti, mas finalmente entendi que o meu grito foi o horror de quem queria ter me abortado, meu choro foi o seu desespero.
Nunca mais voltei ao paraíso.
Como um susto caí do paraíso e quase que na mesma hora gritei de dor, o ar seco e que secava a minha pele, minhas vias que hoje são respiratórias me sufocavam e a luz me cegava, irritava as pálpebras pesadas de tão úmidas, que custavam a se abrir.
Depois de anos, já não lembro o que senti, mas finalmente entendi que o meu grito foi o horror de quem queria ter me abortado, meu choro foi o seu desespero.
Nunca mais voltei ao paraíso.
Rendre fou
Não buscar o equilíbrio te leva ao mesmo lugar que procurar ser sempre unanime. Não parar de pensar, escolhas difícieis, dúvidas, não saber o que fazer... quando parei, percebi que tudo te leva ao mesmo estado.
Observo aqueles que simplismente não pensam, não reagem e nem discernem. A alienação leva à loucura?
Tenho medo que em uma epfania perceba que eles são mais felizes.
As vezes a gente não sabe quem é.
Observo aqueles que simplismente não pensam, não reagem e nem discernem. A alienação leva à loucura?
Tenho medo que em uma epfania perceba que eles são mais felizes.
As vezes a gente não sabe quem é.
Buzina
Dirigir é se tornar um pouco máquina. Mais um pouco.
Imagine se amar fosse como dirigir, se tornar um pouco mais do outro.
Imagine se amar fosse como dirigir, se tornar um pouco mais do outro.
Pra mim 2
Já que todos fazem algo assim, ler é como peneirar, prestando mais atenção no que se esvai para tentar reter as minúcias.
Te esperando
A aula é como um porto onde alguns seres param para acrescentar algo em si ou aprender a nadar melhor, a porta deixa ver que do lado de fora o fluxo não para, e os peixes passam indiferentes, eles podem até tentar imaginar o que os seres estão aprendendo naquele momento (ao menos eu quando estou do lado de fora imagino), mas eles sempre se deixam passar. Quando acaba, todos voltam ao rio, eu rio, parece que ainda vou me afogar mesmo quando os professores tentam me convencer que estou ficando mais forte.
A arte, à margem, ao lado e de fora me observa e sabe que em verdade verdade, eu tento voltar(sair,fugir) e das águas me afastar. Em segundos segundos tudo vai e a correnteza que tudo leva nada deixa ficar, arrasta de mim o que eu era, fica o que eles acham que sou, e a verdade, em verdade está do lado de fora.
A, como tudo tudo tem lado e como tem mentira na verdade, as vezes dou razão à mentira. Como que a repetição não deixa de falar de mim!
Não quero rir mais se for assim.
A Ana vê tudo,e o rio (que já virou Mar, ta!) é a outra metade;Eu sou um terceiro que não tem noção do que fazer.
-Saia do rio e deixe que eu te enxugue com uma atoalha, e secador. Pássaro molhado fica pesado demais para voar.
Se eu, novamente eu, quiser, coloco vírgulas e muito mais à vontade e em qualquer lugar, e termino bem assim:
Concluo que a aula é uma mentira.
Vou aprender sozinha à nadar nas entrelinhas, cansei da neurose e do medo que os gramáticos põe em mim!
(Perco horas da vida imaginando quando e quem é secador pra mim, que seque o que doi, a dor).
A arte, à margem, ao lado e de fora me observa e sabe que em verdade verdade, eu tento voltar(sair,fugir) e das águas me afastar. Em segundos segundos tudo vai e a correnteza que tudo leva nada deixa ficar, arrasta de mim o que eu era, fica o que eles acham que sou, e a verdade, em verdade está do lado de fora.
A, como tudo tudo tem lado e como tem mentira na verdade, as vezes dou razão à mentira. Como que a repetição não deixa de falar de mim!
Não quero rir mais se for assim.
A Ana vê tudo,e o rio (que já virou Mar, ta!) é a outra metade;Eu sou um terceiro que não tem noção do que fazer.
-Saia do rio e deixe que eu te enxugue com uma atoalha, e secador. Pássaro molhado fica pesado demais para voar.
Se eu, novamente eu, quiser, coloco vírgulas e muito mais à vontade e em qualquer lugar, e termino bem assim:
Concluo que a aula é uma mentira.
Vou aprender sozinha à nadar nas entrelinhas, cansei da neurose e do medo que os gramáticos põe em mim!
(Perco horas da vida imaginando quando e quem é secador pra mim, que seque o que doi, a dor).
Sarau Doente
Das minhas opiniões equivodeslocadas para o lixo sobraram:
A falta do saber se doar sem se suicidar não deixa de ser falta de saber, junto com a angústia de sempre sorrir e esquecer de chorar sem formular motivos ou soluções para ter esperança.
Será que foram meus medos, meus dedos ou minhas forças que deram um nó cego. Do meu fracasso culparei os outros, meu coito ou a falta de motivoinspiração?
Melhor sentar, cheirar e ouvir em cores, o que a tela dos corredores deixa passar à minha imaginação (as grades ainda não me trancaram por completo).
Deixa-se.
Deixe-me curar essa autoimune sensação.
Da liberdade que ganho, meu celular é pré, que só precede a divida daminha incomunicabilidade.
Eu, acompanhada da lucidez, escorro entre os dedos da mão, e o pranto do cansaço frustrado, cansado de se cansar é enxugado pela mão contrária do espelho surdo e mudo de liquidação da minha mente. Que arrecada mais alguns últimos versos para o enterro da minha poesia.
A arte se esvai com o produto de tudo o que já ingeri, a minha flexibilidade de sobrevivência se atrofia na gordura estancada do meu corpo, no desgosto de bater cartão na fila da frustração da cultura, daquela bela que põe na mesa, da contracultura que bate a cabeça e da mistura assimilada que some com fronteiras.
Pela lezeira e pela preguiça, a vontade é culpar o mundo altista entretido em não mudar.
Que belezinha, na faculdade ela aprendeu o B-A-BA. Na escola a andar e do ventre à creche a ver tevelisão. No meu doutorado aprenderei a decidir o que quero estudar.
As letras vão. E tentam encontrar. Não voltam atrás como a rés e desconhecem sua origem.
A falta do saber se doar sem se suicidar não deixa de ser falta de saber, junto com a angústia de sempre sorrir e esquecer de chorar sem formular motivos ou soluções para ter esperança.
Será que foram meus medos, meus dedos ou minhas forças que deram um nó cego. Do meu fracasso culparei os outros, meu coito ou a falta de motivoinspiração?
Melhor sentar, cheirar e ouvir em cores, o que a tela dos corredores deixa passar à minha imaginação (as grades ainda não me trancaram por completo).
Deixa-se.
Deixe-me curar essa autoimune sensação.
Da liberdade que ganho, meu celular é pré, que só precede a divida daminha incomunicabilidade.
Eu, acompanhada da lucidez, escorro entre os dedos da mão, e o pranto do cansaço frustrado, cansado de se cansar é enxugado pela mão contrária do espelho surdo e mudo de liquidação da minha mente. Que arrecada mais alguns últimos versos para o enterro da minha poesia.
A arte se esvai com o produto de tudo o que já ingeri, a minha flexibilidade de sobrevivência se atrofia na gordura estancada do meu corpo, no desgosto de bater cartão na fila da frustração da cultura, daquela bela que põe na mesa, da contracultura que bate a cabeça e da mistura assimilada que some com fronteiras.
Pela lezeira e pela preguiça, a vontade é culpar o mundo altista entretido em não mudar.
Que belezinha, na faculdade ela aprendeu o B-A-BA. Na escola a andar e do ventre à creche a ver tevelisão. No meu doutorado aprenderei a decidir o que quero estudar.
As letras vão. E tentam encontrar. Não voltam atrás como a rés e desconhecem sua origem.
Alienança
Por que os poetas falam com as mãos? Deve ser pelo mesmo motivo que bailarinos reprimidos tentam se expressar em palavras.
Suas notas musicais dançavam em mi. Eu ainda anelo seu anel.
Suas notas musicais dançavam em mi. Eu ainda anelo seu anel.
Livre arbítrio
Será mesmo que meu pai nunca tinha lido Clarice quando rasgou meu Livro arbítrio ao me batizar de Ana?
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